VERSÃO FUTURÍSTICA DE UM BAILE DE MÁSCARAS ABRE TEMPORADA LÍRICA DO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
A ópera Um Baile de Máscaras de Giuseppe Verdi, uma coprodução do Theatro Municipal do Rio de Janeiro com o Kiel Theater, Alemanha, abre a temporada lírica de 2018, no dia 27 de abril. Esta obra-prima romântica de Verdi foi encenada pela primeira vez no TMRJ há cem anos e chega agora ao público em versão multimídia. Em sua concepção, o diretor Pier Francesco Maestrini criou um cenário de grande impacto visual, por meio da projeção de imagens do videomaker Juan Guillermo Nova. A versão de Maestrini manteve inalteradas as relações entre os personagens, sem perder de vista a coerência narrativa. O espetáculo, aclamado em sua estreia mundial em janeiro deste ano, oferece aos cariocas a oportunidade de conhecer o que se tem visto recentemente em palcos internacionais.
A montagem de Um Baile de Máscaras projetada para o Theatro Municipal terá seis récitas e conta com dois elencos de solistas nacionais e internacionais — entre eles, Leonardo Caimi, Susanna Branchini e Rodolfo Gugliani — além do Coro, Ballet e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal, sob a direção musical e regência de Tobias Volkmann.
Pier Francesco Maestrini assumiu também a Direção Artística de Ópera do TMRJ, em janeiro, a convite do presidente Fernando Bicudo e integra o seu Colegiado Artístico.
Maestrini vem trabalhando com vídeo, desde 2003, em seguidas produções internacionais. Ele observa que o uso de projeções demanda muito trabalho de pré-produção e direção, mais tempo para se conceber o espetáculo e pensar os vídeos. Assim, a montagem ganha em espetacularidade, dando à plateia uma visão abrangente da cena, praticamente em 3D. “Nesta montagem de Um Baile de Máscaras, tentei criar um mundo futurístico que atingisse o público com estímulos visuais inusitados, mantendo-me fiel à minha maneira de reinterpretar as óperas: buscar, ao máximo possível, a adesão ao libreto, deixando inalteradas as relações entre os personagens e respeitando sempre a coerência narrativa”.
O diretor enfatiza ainda que o próprio Verdi era um homem de teatro, iconoclasta e inovador. Quando jovem já procurava impressionar o público com efeitos cênico-teatrais de vanguarda. Na maturidade passou a buscar argumentos tratados, muitas vezes, de maneira bastante desconfortável para a conservadora sociedade da sua época. “Mesmo que eu tenha lançado a história num futuro de ficção científica que deu rédea solta à criatividade visual do cenógrafo Juan Guillermo Nova, meu braço direito em quase todas as minhas últimas aventuras teatrais, à figurinista Tania Agra e ao coreógrafo João Wlamir, me agrada pensar que não traí as intenções do imortal compositor. A minha intenção foi a de render um tributo ao Verdi visionário e inovador”.
A ideia da parceria entre o Theatro Municipal e o Kiel, o mais tradicional teatro do norte da Alemanha, surgiu do entusiasmo do presidente Fernando Bicudo, ao acompanhar a montagem de Um Baile de Máscaras durante o processo de ensaios, através de fotos enviadas por Maestrini. “Essa parceria envolve a cessão dos três vídeos projetados na encenação da Alemanha. Já os figurinos foram especialmente criados por Úrsula Félix e executados por Tania Agra para as apresentações do Theatro Municipal”.
DIRETOR
Nasceu em Florença, Itália. Filho da pianista brasileira Cesarina Riso e do diretor Carlo Maestrini, um dos mais aclamados encenadores de ópera da Itália, em seus anos dourados, tendo dirigido todos os grandes cantores da época, incluindo Maria Callas.
Pier Francesco Maestrini começou jovem, como assistente de seu pai, e estreou como diretor de ópera em 1993 com O Barbeiro de Sevilha no Japan Opera Foundation, de Tóquio. Em 25 anos de carreira, encenou 150 produções de óperas nos mais importantes teatros da Itália e de todo o mundo, abragendo um repertório que vai do barroco ao verismo italiano. Com a montagem do TM, Maestrini soma cinco aplaudidas realizações nos últimos quatro meses: apenas este ano, dirigiu O Barbeiro de Sevilha, no Theater Lübeck e Um Baile de Máscara, no Kiel Theater, na Alemanha, A Força do destino, em Maribor, Eslovênia e A Filha do Regimento, em Pequim. Esta é a sexta produção de Maestrini no TMRJ, desde o trabalho inaugural com Turandot, em 2002.
OBRA
A ópera Um Baile de Máscaras foi encenada pela primeira vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro há 100 anos, em 28 de setembro de 1918. Na década de 1940, chegou a ter seguidas montagens a curtos intervalos de tempo (1941/1942/1946 e 1949) e, ainda, em 1950. Ao longo das temporadas líricas que se sucederam tornou-se oferta menos frequente, com montagens em 1960, 1989 e, a mais recente, em 2004.
O argumento originalmente imaginado por Verdi – o assassinato do rei liberal Gustavo III da Suécia por conspiradores, durante um baile de máscaras em 1792 – foi proibido pela censura da época e sofreu inúmeras modificações, transformando-se o fato histórico no assassinato do fictício Riccardo, um governador de Boston, na longínqua América colonialista. A produção do TM resgata a ideia original do compositor.
O enredo desta ópera de três atos fala de paixão proibida num círculo de traições amorosas e políticas. A música de Verdi atinge aqui o nível absoluto de seu poder dramático e emocional. Descreve a flutuação de emoções entre os personagens com uma mistura dos gêneros trágico e cômico numa cintilante superposição de temas.
O Theatro Municipal é vinculado à Secretaria de Estado de Cultura
PATROCÍNIO OURO PETROBRAS
Apoio: Livraria da Travessa Sulamérica Paradiso
RÉCITAS
27/04, 03/05, 04/05 e 05/05 às 19h30
29/04 e 06/05 às 17h00
FICHA TÉCNICA
Concepção e Direção Cênica: Pier Francesco Maestrini
Direção Musical e Regência: Tobias Volkmann
ELENCO
GUSTAVO III:
Leonardo Caimi -27/04, 29/04, 03/05, 05/05
Paulo Mandarino – 04/05, 06/05
AMELIA:
Susanna Branchini -27/04, 29/04, 03/05, 05/05
Marianna Lima -04/05, 06/05
RENATO ANKARSTRÖM:
Rodolfo Giugliani -27/04, 29/04, 03/05, 05/05
Douglas Hahan -04/05, 06/05
ULRICA:
Denise de Freitas -27/04, 29/04, 03/05, 05/05
Guadalupe Barrientos -04/05, 06/05
OSCAR:
Lina Mendes -27/04, 03/05, 05/05
Dafne Boms-29/04, 04/05, 06/05
CONDE RIBBING:
Daniel Germano
CONDE HORN:
Carlos Eduardo Marcos
CRISTIANO:
Marcelo Coelho
UM JUIZ:
Gabriel Senra
UM CRIADO:
Ossiandro Brito
PREÇOS
Primeira fila – Frisas e camarotes – R$200,00
Segunda fila – frisas e camarotes – R$160,00
Terceira Fila – frisas e Camarotes – R$120,00
Plateia e balcão nobre – R$160,00
Balcão superior – R$80,00
Balcão superior lateral – R$60,00
Galeria – R$40,00
Galeria lateral – R$10,00
Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Praça Floriano s/n° – Centro
Lotação – 2.226 lugares
Censura Livre